Os clubes da Libra divulgaram, nesta terça-feira (21), uma apresentação com os principais pontos do modelo que defendem para a criação de uma liga no futebol nacional para a organização do Campeonato Brasileiro.
O grupo hoje reúne 18 equipes, incluindo Flamengo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Vasco, e têm a oposição da Liga Forte Futebol (LFF), que conta com outros 26 times, incluindo Atlético-MG, Fluminense e Internacional.
Os clubes que compõe a Libra são: Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo, Vasco e Vitória.
O que pensam os clubes da Libra?
A Libra apresenta seu modelo para o Campeonato Brasileiro com base em seis conceitos principais. São eles:
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Construção de um modelo de competição e organização entre os clubes sob um ponto de vista técnico e mercadológico
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Diminuição do gap financeiro entre os clubes no cenário nacional, bem como das equipes brasileiras em relação aos adversários internacionais
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Regra de transição elaborada para que os clubes não percam receita em relação ao modelo atual
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Subsídio para a Série B acima do praticado nas principais ligas internacionais, como forma de aumentar a competitividade no âmbito interno
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Mensuração da audiência com o objetivo de estimular os clubes a buscar cada vez mais engajamento de seus torcedores
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Aporte financeiro inicial como forma de financiar a entrada dos clubes em uma nova era do futebol brasileiro
Em relação a esse último ponto, a Libra conta com o apoio da Codajas Sports Kapital e do BTG Pactual. Eles já têm em mãos uma proposta do fundo Mubadala, que é sediado nos Emirados Árabes Unidos, de quase R$ 5 bilhões, por parte dos direitos de transmissão das Séries A e B.
Como é a divisão do dinheiro proposta pela Libra?
A Libra defende que exista um período de transição entre o que é o cenário atual e o "ideal" proposta para a liga. Esse período seria de até cinco anos ou até que as receitas do campeonato atinjam R$ 4 bilhões.
Hoje, a divisão é feita da seguinte forma: 29,7% igual para todos os clubes, 22,2% de acordo com performance (classificação no campeonato) e 48,1% com base em audiência.
Na transição proposta pela Libra, 40% seria iguais para todos, 30% de acordo com performance e 30% com audiência. No "modelo ideal", as receitas seria divididas 45% igualitário, 30% performance e 25% audiência.
No modelo da Libra, há também uma mudança na forma como a performance é calculada. Hoje, a CBF premia os clubes de acordo com a classificação final a cada ano. Já a Libra defende a criação de uma fórmula que passe a considerar as três últimas edições do torneio.
Nesse cenário, os quatro clubes rebaixados em um ano, por exemplo, também poderiam ter direito a uma pequena fatia do "bolo total" de receitas, algo que não acontece hoje com a CBF comandando a organização.
Como funcionaria essa "regra dos 3 anos" da Libra?
Segundo a Libra, essa regra tem como objetivos "promover aos clubes maior sustentabilidade financeira e melhor previsão orçamentária"; "melhorar o capital de giro, com distribuição do valor ao longo do ano" e "dispositivo Paraquedas, com o intuito de suavizar impacto nas receitas de clubes rebaixados".
O mecanismo é explicado da seguinte forma: "Será considerada a média do desempenho nos últimos 3 anos, sendo 34% do valor total atribuídos à temporada atual, 33% à performance no ano anterior e outros 33% referentes à colocação de 2 anos atrás."
Na organização da Libra, esse modelo seria aplicado em 2025 e consideraria as temporadas 2023 e 2024. Para começar o cálculo, haveria uma divisão diferente entre 1ª e 20ª colocação, já que hoje os clubes do Z-4 não tem direito a dinheiro nenhum.
Simulando, no cenário atual, enquanto o campeão ganha 10, os 4 últimos não ganham nada, e o 16º lugar ganha o equivalente a 3,4. No modelo da Libra, o 1º colocado teria direito a 9,5; o 16º, 2,2; e os quatro rebaixados 1,25.
Para chegar ao valor final a ser recebido em um ano, a Libra daria peso de 34% para a classificação da temporada em questão (se o time for campeão, por exemplo, seria 34% de 9,5) e 33% para os outros dois anos, chegando a um valor final.
Flamengo e Corinthians têm 'vantagem' no modelo da Libra?
Uma das novidades apresentadas pela Libra é uma "cláusula de estabilidade", e ela beneficia, principalmente, Flamengo e Corinthians, que são hoje os clubes que mais arrecadam, no modelo que privilegia audiência.
Na explicação da Libra, trata-se de uma "transição do modelo atual para o futuro sem que qualquer clube tenha queda de receita em benefício dos demais". E cita especificamente o objetivo de "resguardar os clubes que fazem a maior concessão na formação da Liga", no caso Flamengo e Corinthians.
Como isso funcionaria? A Libra explica da seguinte forma:
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Caso a receita da Série A seja menor ou igual à temporada 2022, os dois clubes manterão o percentual de receitas auferido naquela temporada (em números absolutos, a receita de cada um pode ser inferior à temporada de 2022, sem transferir risco para qualquer outro clube).
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Caso a receita da Série A supere a temporada de 2022, os dois clubes terão receita ao menos equivalente (em números absolutos) a auferida naquele ano.
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Demais clubes capturam em maior proporção o crescimento inicial de receitas da Liga.
A comparação com 2022 para o período de transição de cinco anos da Libra serão sempre corrigidos pelo IPCA.
Como fica a Série B?
A Série B também é citada na apresentação da Libra. O grupo ressalta que a forma de divisão será decidida pelos clubes participantes (considerando que a maioria das equipes da liga está hoje na elite).
A Libra prevê um repasse de 15% de sua arrecadação para a Série B, em suas palavras, para "estimular maior competitividade e saúde financeira aos clubes da segunda divisão do futebol brasileiro".
A Libra também simula sua proposta com outras ligas do mundo. Enquanto defende o repasse de 15%, o modelo atual prevê 9,5%, 12% na Premier League e 10% em LaLiga.
Entenda o modelo da Libra para liga e 'proteção' para Flamengo e Corinthians - ESPN.com.br
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