Confira a entrevista coletiva do Endrick, atacante da Seleção Brasileira
Se hoje o garoto é só sorrisos pelo bom momento vivido, até pouco tempo atrás a história era diferente. Tendo poucas chances em sua equipe, Endrick sentiu o peso das críticas e das cobranças com tão pouca idade.
– Para mim, foi um começo de ano muito difícil, tinha 16 era um garoto que gostava de ver as coisas, ver as pessoas falando de mim. Só via as pessoas me criticando, eu só queria rebatê-las, provar o meu valor. Isso me deixou mal – declarou em entrevista coletiva, neste domingo.
– Mas depois que eu fiz de 17 anos eu mudei a minha cabeça. Simplesmente estou feliz, estou feliz com a minha cabeça, não ligo para críticas, não ligo para nada. O que mais importa é a minha felicidade e a da minha família, e a das verdadeiras pessoas que estão ligando pra mim – completou.
Desde que se apresentou à Seleção, na última segunda-feira, Endrick vem recebendo atenção especial do técnico Fernando Diniz, que tem tido conversas reservadas com ele, a fim de passar confiança e tranquilidade ao garoto.
– Fico muito feliz. Só desfrutar desse momento, momento muito importante na minha vida, para a minha família. Tenho que desfrutar o momento, viver o dia a dia. É um sonho que eu tenho desde criança. Espero poder contribuir, ajudar a nossa Seleção, ainda mais diante da nossa torcida. O apoio deles vai ser fundamental para a busca da nossa vitória.
A joia do Palmeiras, já vendida ao Real Madrid, deve iniciar o clássico contra a Argentina no banco de reservas. As seleções se enfrentam na terça-feira, às 21h30 (de Brasília), no Maracanã, pela sexta rodada das Eliminatórias.
Confira outros trechos da entrevista coletiva:
– Para mim o Pelé é o rei, não tem ninguém que vai chegar aos pés dele, para ser comparado. Só agradeço a Deus por ele ter existido e eu ter podido ver filmes dele. Sobre o Messi, é um cara fenomenal, melhor do mundo novamente neste ano. Só quero desfrutar o momento de jogar contra ele, estar no mesmo estádio do que ele, um cara que eu só via no videogame. Eu sou mais fã do Cristiano Ronaldo, e o Guilherme brincava muito comigo, do Messi ser o melhor. Vai ser uma experiência maravilhosa ver o Messi de perto.
Fase vivida
– Como eu sempre falo, como sempre falei, vou desfrutar do meu momento, ser feliz. Para mim não importa estar jogando, número de camisa, não importa. O que importa é se o time estiver ganhando. Vou fazer o que vou preciso para ajudar o time a conquistar a vitória. Ficar no banco. Não é o que eu quero, é sobre o que o time precisa.
Dificuldades enfrentadas
– Tudo na minha vida foi difícil, consegui superar com Deus e a minha família. Creio que tudo é possível. Desde pequeno eu fazia coisas que ficava assustado comigo mesmo, passei por muita coisa difícil. Principalmente em Brasília. Atualmente, minha maior felicidade é estar feliz comigo mesmo. Não estou fingindo sorriso. Estou muito bem. É estar feliz comigo mesmo e não deixar eu me abalar.
Cobranças
– Eu tinha 16 anos, pensava em tudo que saia na mídia, pensava nisso, ouvia as pessoas falando, jogava com raiva, para mostrar que eu era outra pessoa, que não era aquilo. Isso me destruiu um pouco. Um cara que me ajudou muito foi o Murilo, me ajudou muito na trajetória no Palmeiras. Ao completar 17 anos, falei que só queria ser feliz. Só queria ver alegria no rosto da minha família e de todas as pessoas que estão do meu lado.
– Eu vim aqui na Granja algumas vezes, treinei aqui, senti o ambiente do que era o Brasil, do que os profissionais sentiam. E quando eu cheguei aqui, no início do torneio, a minha expectativa era chegar na final, porque o Brasil não ganhava há muito tempo, e tinha um gostinho por ser contra a Argentina. Felizmente consegui marcar um gol e sofrer um pênalti, marcado pelo Luiz Guilherme. Foi um gosto muito bom vencer a Argentina, ser campeão em cima deles.
Primeira convocação
– Treinei no Palmeiras, depois fui fazer um trabalho fora do clube. Estava treinando e naquele dia estava muito feliz, conversando com o Vinicius, um cara que trabalho, meu celular começou a tocar e a tocar. Eu não estava esperando (a principal), estava esperando a olímpica. Não esperava a convocação. As pessoas ligando, esperei o treino acabar, meu pai mandou a foto, e foi só felicidade saber que meu pai estava chorando. Deu aquelas borboletas na barriga, agradeci a Deus por tudo o que aconteceu na minha vida.
Relação com Diniz
– O Diniz é um excelente treinador, tenho essa felicidade de treinar com ele. Ele falou para eu ir para frente, atacar, se perder a bola não tinha problema. Depois que ele falou aquilo, fiquei mais leve, mais tranquilo. Espero que ele possa dar muito orgulho para a nossa Seleção.
Importância da mãe
– Excelente pergunta, ninguém fala da minha mãe. E eu não saí de um ovo. Ela é uma mulher muito guerreira, sempre esteve comigo. Quando fui para o Palmeiras, quem largou tudo para ir lá foi a minha mãe. A única pessoa que veio foi a minha mãe. Que passou fome em São Paulo foi a minha mãe. Quando eu vi a minha família lá embaixo, eu jogava para ajudar a minha família, deixar eles bem. Aí quando eu cresci eu percebi que poderia alcançar algo maior. Minha mãe foi a peça essencial de todo o trabalho, de toda a minha luta, devo tudo à ela. Espero que ela esteja feliz comigo. Ela pega muito no meu pé. Quase não tenho amigos, não saio. Faço muito pela minha mãe. Óbvio que eu queria sair, me divertir. Ela me ensinou que eu preciso me dedicar ao meu trabalho. Nas férias eu descanso. Quando eu estiver de boa, também tenho vida, tenho que me divertir. Mas quando estiver no meu trabalho é dedicação total.
Aprendizados com Abel
– O Abel é uma pessoa fenomenal. Quando você entra em campo, você se transforma. Quando ele chama você para conversar, ele é um cara excepcional. Ele me ajudou bastante. Grande parte dessa convocação eu devo a ele, agradeço a muito. O Diniz também é um treinador excelente, que é de grupo, divertido. Esse jogo contra a Argentina vai carimbar um grande trabalho nessa data Fifa. Espero que faça um grande trabalho no Fluminense. Agradeço a Deus por colocar dois treinadores geniais na minha carreira.
Copa América ou Olimpíadas?
– O que estava mais perto para o Endrick era a Olimpíada, vamos ser sinceros. Mas óbvio que agora o sarrafo subiu. Vim para cá uma vez e sei que tenho potencial para chegar aqui de novo. Sei que tem o Palmeiras também, quero ajudar também a equipe a ser campeã. Mas o futuro a Deus pertence.
Endrick admite que se abalou por críticas, festeja chance na Seleção e diz que prefere CR7 a Messi - Globo
Read More
No comments:
Post a Comment