Como vocês imaginam que um time de José Mourinho se portou em um jogo de volta, fora de casa, depois de ter vencido na ida? Exatamente. Chegar à área adversária foi opcional para a Roma, e ela quase nunca exerceu essa opção. Não finalizou depois do segundo minuto do primeiro tempo, e deixou o Bayer Leverkusen com 72% de posse de bola. Nesse ataque contra defesa, os italianos prevaleceram, seguraram o 0 a 0 e, pelo segundo ano seguido, estão em uma final europeia.
É difícil saber o que veio primeiro, o ovo ou a galinha, mas a Roma está bem desfalcada há semanas, tentando equilibrar duas competições ao mesmo tempo. Paulo Dybala nem saiu do banco de reservas da BayArena. Defender é uma arte da qual Mourinho se tornou um mestre, e talvez não tivesse condições de fazer muito mais de qualquer maneira, mas impressionou o quão pouco conseguiu produzir ofensivamente.
Depois de uma vitória sofrida na capital italiana, o técnico português apostou que o Leverkusen não conseguiria superar a sua barreira de defensores e foi isso mesmo que aconteceu. Os alemães tiveram chances, porque é quase impossível passar tanto tempo rodando a área sem tê-las, mas não foi também uma pressão avassaladora. Rui Patrício fez algumas defesas boas, e a Roma soube queimar os minutos finais com muita experiência – e um pouquinho de catimba.
Campeã da Conference League na última temporada, a Roma está em sua segunda final europeia consecutiva, a primeira na Liga Europa desde 1990/91, quando a competição ainda tinha outro nome. É a quinta no geral, contando a Champions League de 1984 e o título da Taça das Cidades Com Feiras, o embrião da Copa da Uefa. Será a sexta de José Mourinho: duas na Champions, uma na Conference e a terceira em Copa da Uefa/Liga Europa.
A primeira e única finalização da Roma foi com Lorenzo Pellegirni, aos dois minutos da etapa inicial. Antes do intervalo, os italianos ainda buscavam a ligação direta de vez em quando, mas havia tão pouca perspectiva de criar com bola rolando que uma falta quase na altura do círculo central, perto da lateral esquerda, foi mandada diretamente para a área.
Virou um quebra-cabeça aos alemães: como furar esse aglomerado bem organizado de jogadores empenhados em se defender? Como a Roma fechava bem a área, sobrou a média distância. Nove das 12 finalizações do Leverkusen no primeiro tempo foram de fora da área, com Karem Demirbay responsável por quatro delas, sem grandes problemas para Rui Patrício. A melhor chance acabou saindo em um raro contra-ataque. Diaby escapou pela direita, ganhou de Ibañez na velocidade e, quase sem ângulo, soltou a perna no travessão.
A partida seguiu com a mesma cara no segundo tempo, mas o Leverkusen perdeu um pouco de ímpeto nos 20 minutos iniciais. Começou a ganhar ritmo novamente com outra batida de Demirbay, de fora da área, defendida por Patrício no cantinho. Pouco depois, um cruzamento fechado da direita quase alcançou Azmoun para o desvio. Acabou passando por todo mundo. A melhor oportunidade, aos 35 minutos, foi com o mesmo Azmoun, que mandou bem perto da trave após um corte em uma tentativa de Amine Adli.
Mourinho perdeu mais um jogador por problemas físicos, com a lesão de Zeki Çelik. Chris Smalling entrou na zaga, com Bryan Cristante avançado ao meio-campo e Edoardo Bove na ala direita. Não mudou nada porque todo mundo continuava apenas defendendo. O árbitro deu oito minutos de acréscimo e poderia até ter estendido um pouco mais porque os jogadores da Roma começaram a passar muito tempo deitados no chão sempre que havia uma oportunidade, o que naturalmente deixou os alemães um pouco nervosos.
A Roma simplesmente parou de fingir que gostaria de atacar. Quando havia oportunidade de contra-ataque, a bola era levada à bandeirinha de escanteio ou trabalhada perto da lateral, sem nenhuma urgência. Dentro dos acréscimos, chegou até a ser engraçado alguns chutões que pareciam lançamentos, exceto que não havia um romanista sequer perto do círculo central para recebê-los.
O Leverkusen estava claramente frustrado. Xabi Alonso, na linha lateral, desesperado. Não deu para mexer no ônibus muito bem estacionado. Aquela finalização de Pellegrini acabou sendo a única da Roma mesmo, e ela nem precisou de outra para ganhar a chance de conquistar seu segundo título europeu com José Mourinho.
Em um ataque contra defesa, a Roma prevaleceu e chegou a mais uma final europeia - Trivela
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