O espanhol Carlos Alcaraz era o número 55 do mundo na época do US Open 2021. Um ano depois, em sua primeira final de Grand Slam, o novato de 19 anos chegou à maior conquista de sua carreira e ao topo do ranking mundial - sendo o mais jovem da história. Neste domingo, Alcaraz derrotou o norueguês Casper Ruud por 3 sets a 1, com parciais de 6/4, 2/6, 7/6 (1) e 6/3, na decisão em Nova York. Quem vencesse a final assumiria a primeira posição no ranking a ser atualizado nesta segunda-feira. Ruud passa a ser o novo número 2.
O espanhol tirou o posto de líder mais novo da lista da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) - criada em agosto de 1973 - do australiano Lleyton Hewitt, que chegou ao topo com 20 anos e nove meses em novembro de 2001, sacando o brasileiro Gustavo Kuerten da liderança.
Carlos Alcaraz, campeão do US Open aos 19 anos — Foto: Elsa/Getty Images
- Primeiro eu gostaria de agradecer a todos por este dia especial. Isso é algo que eu sonhei durante toda minha vida. Ganhar um Grand Slam e ser o melhor do mundo foi algo que sempre sonhei. Eu só tenho 19 anos e todas as decisões difíceis eu deixo com a minha equipe (risos). Pensei na minha mãe que não está aqui e no meu avô. Muitas pessoas vieram da Espanha para torcer para mim. Desde a primeira rodada, estavam torcendo para mim. Foi a melhor atmosfera num torneio na minha vida - comemorou Carlos Alcaraz.
Será o segundo top 2 mais novo do ranking masculino desde 8 de abril de 1975, quando Jimmy Connors, então com 22 anos, e Bjorn Borg, 18, ocuparam as duas primeiras posições.
Ainda nesta final, Alcaraz se tornou o jogador que ficou mais tempo em quadra em simples numa edição do US Open, superando Andy Roddick em 1999. Com 1h33min de final neste domingo, o espanhol completou 21h52min jogadas em Nova York, ultrapassando a marca de Roddick. O espanhol também pulverizou um recorde de Kevin Anderson em Grand Slams. Com 3h02min de decisão neste domingo, superando as 23h21min em ação do sul-africano em Wimbledon 1999. A final do US Open 2002 durou 3h21min.
Esta foi a primeira final de Grand Slam em que os dois tenistas tinham chance de ser o número 1 do mundo. Também pela primeira vez uma decisão de Major contou com dois finalistas disputando o topo do ranking sem terem ocupado, antes, a posição.
Fãs de Alcaraz com cartazes de apoio ao espanhol — Foto: Elsa/Getty Images
Alcaraz e Ruud foram confirmados pela organização do Rio Open para disputar, novamente, a competição no próximo ano. O Rio Open 2023 será de 20 a 26 de fevereiro, no Jockey. O espanhol é o atual campeão.
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Histórico entre os finalistas
Ruud e Alcaraz se enfrentaram duas vezes no circuito até esta final em Nova York. Em ambas, o espanhol saiu com a vitória: na final do ATP 1.000 de Miami, em abril deste ano (7/5 e 6/4), em quadra dura, e nas quartas de final do ATP de Marbella em 2021 (6/2 e 6/4), no saibro. O norueguês começou o ano em oitavo lugar enquanto Alcaraz era o 32º. Os dois chegaram ao US Open na sétima (Ruud) e na quarta colocações (o espanhol) da lista da Associação dos Tenistas Profissionais. Na temporada, foram, até agora, três títulos para o escandinavo (Gstaad, Genebra e Buenos Aires, além do vice em Roland Garros, perdendo a decisão para Nadal) e quatro para Alcaraz (Madri, Barcelona, Miami e no Rio Open). Agora, veio o quinto, em Nova York.
Ruud e Alcaraz na final do US Open — Foto: Elsa/Getty Images
Às 17h17, num Arthur Ashe lotado, Ruud sacou, abrindo a decisão com um ponto de saque. Alcaraz reagiu, teve dois break points, mas o norueguês confirmou o game. O roteiro se repetiu em seguida, no serviço de Alcaraz. Ruud teve 15/40, o espanhol igualou e, forçando o saque, igualou o primeiro set. Com jogadas deslocando Ruud pela quadra toda, Alcaraz voltou a ter break points (três, com 0/40) e, na segunda chance, obteve a quebra: 2/1. O espanhol de 19 anos manteve o game de saque, apesar de duas chances de break de Ruud, e abriu 3/1. Do quinto ao nono games, cada tenista manteve os pontos em seus serviços, sem ameaças. Alcaraz foi para o saque com 5/4. Facilmente fez 40/0 e, numa devolução na rede de Ruud, fechou o set inicial em 6/4.
Carlos Alcaraz em disputa na final do US Open 2022 — Foto: Julian Finney/Getty Images
Com a vitória no primeiro set, o espanhol chegou à marca de ter vencido, pelo menos, um set em 65 partidas consecutivas. A última vez em que Alcaraz não conseguiu, ao menos, ganhar um set foi na derrota para Hugo Gaston, pelas oitavas de final do ATP 1.000 de Paris, em novembro passado. Naquela ocasião, Alcaraz liderava o segundo set por 5/0, mas perdeu por 7/5. No US Open, desde 1992, o finalista que venceu o set inicial acabou campeão 26 vezes em 30 disputas. Será que a história se repetiria?
No segundo set, Ruud sacando, a igualdade seguiu até o 30/30. Até o norueguês encaixar uma bola de direita no contrapé de Alcaraz e, em seguida, confirmar o game. Com um ace, o espanhol também manteve seu saque (1/1). Sem dificuldades, com 40/0, e fechando na sequência, o escandinavo chegou a 2/1. Com 3/2 para Ruud, ele teve oportunidade de quebra (30/40). Alcaraz deixou a bola rente à rede, o norueguês conseguiu alcançar, encaixando um lob - o espanhol chegou à bola mas mandou para fora: 4/2. Pressionado, Alcaraz teve um break point no game seguinte, mas Ruud passou à frente, confirmando o ponto num smash: 5/2. O norueguês teve dois set points no saque de Alcaraz e não desperdiçou: com outro smash, marcou 6/2.
Casper Ruud na final do US Open 2022 — Foto: Elsa/Getty Images
Em sua segunda final de Grand Slam, Ruud, enfim, ganhou um set. Em Roland Garros, perdeu para o espanhol Rafael Nadal, em três sets, com 6/0 no terceiro.
Se terminou o set anterior irritado com seus erros, Alcaraz começou o terceiro pondo pressão. No saque de Ruud, fez 0/40. Na terceira chance de quebra, com uma curtinha, ele conseguiu, largando em 1/0. Abriu 2/0, com seu serviço. O espanhol voltou a ter break point, no terceiro game, mas Ruud aproveitou duas falhas do rival para confirmar o ponto: Alcaraz 2/1. O norueguês anotou 15/40, e Alcaraz descontou - mas foi mesmo Ruud quem venceu o game, empatando o terceiro set: 2/2. Pouco depois, Ruud confirmou o saque, fazendo 3/2 e virando à frente, pela primeira vez, no terceiro set. Os dois mantiveram seus saques até 6/5 para o norueguês. Com serviço de Alcaraz, Ruud teve um set point mas o espanhol igualou num voleio. Com 7min de 12º game, Ruud acertou a devolução, tendo novo ponto do set - Alcaraz, mais uma vez, se salvou, agora com um smash. Em outra grande disputa, o espanhol chegou aos 6/6. No tie-break, o espanhol conseguiu dois minibreaks, chegando, facilmente a 6/1. O norueguês, que teve dois set points no 12º game, viu seu adversário fechar a parcial em 7/1 logo na primeira chance.
No quarto set, o campeão do Rio Open confirmou seu saque (1/0). No sexto game, no saque de Ruud, Alcaraz chegou a mais quebra, abrindo 4/2. Sacando, alcançou os 5/2, ficando a um game de ganhar seu primeiro Grand Slam com 19 anos e ser o mais novo a assumir o número 1 do ranking. O norueguês ainda confirmou seu game de serviço, descontando para 5/3. Alcaraz, então, foi para o saque para entrar, de vez, para a história. Às 20h38, Carlos Alcaraz, após um saque que Ruud não conseguiu devolver fechou o set em 6/3 e o jogo em 3 sets a 1. História feita!
Final feminina de duplas
Ainda neste domingo, foi disputada a final feminina de duplas. As tchecas Katerina Siniakova e Barbora Krejcikova venceram as americanas Caty McNelly e Taylor Townsend, de virada, por 2 sets a 1, com parciais de 3/6, 7/5 e 6/1. Esse foi o sexto título de Grand Slam de Siniakova e Krejcikova nas duplas.
Tchecas Siniakova e Krejcikova campeãs de duplas do US Open 2022 — Foto: Matthew Stockman/Getty Images
Alcaraz fatura o US Open e se torna o número 1 mais novo da história - Globo
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