Depois de anos no papel de mero observador, o Botafogo vem dando mostras que está disposto a se tornar um agente ativo no mercado nas primeiras negociações como Sociedade Anônima de Futebol (SAF). Além de repatriar jogadores da Europa — casos de Lucas Piazon, Philipe Sampaio e o lateral argentino Renzo Saravia, apresentado ontem —, o alvinegro se movimenta agora para concretizar a compra do jovem volante Patrick de Paula, do Palmeiras.
Patrick, de 22 anos, foi formado no clube paulista, depois de ser prospectado na Taça das Favelas do Rio e ir para a Academia em 2016. No início de carreira, era tratado como grande joia, teve ascensão meteórica e chegou a marcar gol de título do Paulista contra o Corinthians. No entanto, perdeu espaço com Abel Ferreira.
A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, já autorizou a venda do atleta. O clube paulista tem a necessidade de reforçar seu caixa e vê a saída do jovem, que não é titular, como boa oportunidade. Com o aval da mandatária, o departamento de futebol dos paulistas ajusta detalhes do contrato com o Botafogo, que ofereceu 6 milhões de euros por 50% dos direitos. Patrick tem contrato até 2025, e assinaria com o clube carioca por quatro anos. O acordo prevê a compra de mais 20% dos direitos caso metas sejam alcançadas, totalizando um investimento de R$ 50 milhões. O Palmeiras espera valorização do jogador para lucrar em venda futura.
A contratação dialoga pontos considerados importantes para a SAF do Botafogo. No Palmeiras, Patrick demonstrou ser um jogador de qualidade e que chegaria para ser um dos principais nomes do time de Luís Castro — o que agrada aos botafoguenses, que esperam um time pronto para dar resultados em campo.
Além disso, ao adquirir a maior parte dos direitos, o alvinegro sinaliza que confia em possível valorização e revenda, o que ajudaria no planejamento da SAF de pagamento de dívidas — e ser um bom retorno aos investimentos do americano.
Cavani pede alto
Luis Oyama encaixa em situação parecida. Adorado pela torcida pela campanha na Série B do ano passado e pelo desejo de vestir a camisa do Botafogo, o volante de 25 anos está perto de retornar. Além de já conhecer boa parte do elenco e o funcionamento do clube, Oyama tem idade para ser negociado posteriormente.
Um ponto fora da curva é o uruguaio Edinson Cavani. Aos 34 anos, o atacante é o “sonho” de John Textor e seria contratado como a grande representação da nova era no Botafogo. Em contato com o clube, o atacante pediu cerca de R$ 4 milhões por mês, valor fora da realidade do alvinegro. Mesmo assim, o Botafogo enviou uma contraproposta e tenta seduzir o centroavante ao projeto da SAF.
Atletas de volta
Outro movimento do americano é repatriar atletas que ainda tenham fôlego para se destacarem no futebol nacional. Victor Sá, atacante de 27 anos, está próximo de ser anunciado. O Botafogo acertou sua compra ao Al-Jazira, onde tinha contrato até junho de 2023, por R$ 13 milhões.
Formado na base do Palmeiras, o jogador migrou para o futebol austríaco aos 21 anos. Depois de bom desempenho pelo LASK Linz, na temporada 2018/19, foi para o Wolfsburg, mas não rendeu. Em dois anos na Alemanha, participou de 68 partidas e só balançou as redes nove vezes.
Lucas Piazon, de 28 anos, e Philipe Sampaio, de 27, também voltam ao país. Já anunciados, ambos têm em comum o fato de terem construído praticamente toda a carreira na Europa — Piazon nunca disputou uma partida no futebol brasileiro profissional. Agora, chegam prontos para entrar em campo e, com as experiências adquiridas no futebol europeu. É o que ocorre com o lateral Renzo Saravia, de 28 anos, que chega credenciado por duas temporadas no Internacional e com passagens pela seleção argentina. Apresentado ontem, ele estava no Porto.
Ao buscar Patrick de Paula e repatriar atletas, Botafogo mostra força em primeiras negociações como SAF - FogãoNET
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