Melhores momentos: Fluminense 2 X 0 Bahia pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro
O Fluminense só podia pensar em vencer. E venceu (por 2 a 0). Fato que deve ser comemorado. Mas ficou longe de apresentar um bom futebol nesta segunda-feira, contra o Bahia, no Maracanã. Após um primeiro tempo burocrático, em que não sofreu, mas também pouco agrediu (com exceção do gol de Lucca de falta), a equipe de Marcão praticamente nada fez na segunda etapa e viu os três pontos serem ameaçados por diversas vezes, mas garantiu o tão esperado triunfo no apagar das luzes, com Bobadilla.
Bobadilla, Fluminense, comemoração — Foto: André Durão / ge
Sem vencer no Campeonato Brasileiro desde o início de julho, o Tricolor estava empatado em número de pontos (18) com o América-MG, primeiro integrante da zona de rebaixamento, e com o próprio Bahia, se vendo "obrigado" a fazer valer o mando de campo. Após 18 dias fechado para restauração do gramado, o Maracanã voltou a receber um jogo – e, de fato, aparentava condições melhores.
Para a partida, Marcão sofreu com algumas baixas: Egídio foi poupado pela "maratona" de jogos, Caio Paulista ainda não está 100% recuperado das dores na coxa direita, Gabriel Teixeira voltou a se queixar de desconforto muscular, e Abel Hernández e Luiz Henrique estavam suspensos. Desta forma, Danilo Barcelos assumiu a lateral-esquerda, e Jhon Arias fez sua estreia como titular no ataque, ao lado de Lucca e Fred.
Arias, Fluminense — Foto: Lucas Merçon / Fluminense FC
Com características diferentes de Luiz Henrique e com outro futebol ao apresentado na última quinta-feira, quando foi mal em seu primeiro jogo com a camisa tricolor, o colombiano deixou impressão positiva, principalmente pelo primeiro tempo, em que foi a peça mais lúcida do meio para frente do Fluminense.
Carente de criatividade, o Tricolor se mostrou lento e com dificuldade na saída de bola. Arias, então, era quem mais buscava o jogo e tentava boas tabelas – a principal delas saiu aos 24 da primeira etapa, com Fred, que acabou chutando fraco para defesa tranquila de Matheus Teixeira (veja mais abaixo).
Atuando pelo lado esquerdo, o colombiano, inclusive, poderia ter tido mais sucesso nas jogadas rápidas, mas Danilo Barcelos não "fortaleceu". Vale testá-lo também com mais flutuação por dentro, e não tão aberto.
Aos 24 min do 1º tempo - finalização certa de Fred do Fluminense contra o Bahia
Dependente de Martinelli e Yago para criar e atacar em quantidade numérica superior ao Bahia, o Fluminense não encontrava alternativas, uma vez que a dupla esbarrava em marcação forte e não vivia grande noite. A solução, outra vez, foi a bola parada. E é ótimo que seja uma arma tricolor, o problema é ser a única.
Yago sofreu falta frontal, mas não tão próxima à área, e Lucca surpreendeu ao cobrar com categoria. Dos últimos 10 gols da equipe (já contando os dois desta segunda), nove nasceram de pênaltis, faltas ou escanteios, deixando a dúvida: de qual outra forma a equipe consegue ser efetiva?
Lucca, André, Fluminense, comemoração — Foto: André Durão / ge
Apesar da pouca criatividade no sistema ofensivo, "atrás" a equipe não sofria sustos e, até o intervalo, fazia outra partida compacta e segura sob o comando de Marcão . O cenário, porém, mudou no segundo tempo.
O time baixou muito as linhas de marcação e chamou o Bahia para o seu campo, mas se viu encurralado, sem conseguir sair em velocidade para explorar os contra-ataques. Pressionada, a defesa já não demonstrava a mesma segurança, e o gol de empate parecia questão de tempo. A (falta de) pontaria adversária, o travessão (por duas vezes) e a sorte ajudaram.
Números de Fluminense x Bahia
Finalizações do Flu | Finalizações do Bahia | Escanteios para o Flu | Escanteios para o Bahia | |
1º tempo | 4 | 1 | 2 | 0 |
2º tempo | 2 | 9 | 1 | 8 |
Total | 6 | 10 | 3 | 8 |
Martinelli, Fluminense — Foto: Lucas Merçon / Fluminense FC
Marcão também demorou a mexer. A primeira substituição aconteceu apenas aos 20 minutos, com Bobadilla no lugar de Fred, que não fazia boa partida. A ideia era que o camisa 19, com sua força, conseguisse ajudar na marcação, mas também (e principalmente) prendesse a bola no ataque. O problema era justamente a bola chegar ao ataque.
As outras mexidas foram só aos 35, com Nonato e Cazares nas vagas de Martinelli e Lucca. Sete minutos depois, foi a vez de Manoel ser acionado no lugar de Arias. Completamente acuado, o Fluminense claramente só pensava em segurar o resultado. Perigoso...
Aos 50, porém, o que era menos provável, aconteceu: o Tricolor chegou ao segundo gol, garantindo a vitória. E, "para variar", a partir de uma bola parada: Bobadilla aproveitou rebote de Matheus Teixeira após cobrança de falta de Cazares para marcar.
Nonato e Bobadilla comemoram gol do Fluminense sobre o Bahia — Foto: André Durão / ge
O resultado não só trouxe alívio, mas também deve dar confiança para a equipe, que enfrenta o Juventude na próxima quinta-feira, em jogo adiado pela 14ª rodada do Brasileirão. Uma nova vitória no Maracanã deixa a equipe em oitavo lugar na tabela de classificação e a seis pontos do Z-4, o que só reforça como era importante superar o Bahia.
Vale lembrar que este foi apenas o terceiro jogo de Marcão à frente da equipe (e a primeira vitória). Na última temporada, o treinador também demorou a engrenar: só venceu na quarta partida e ainda sofreu uma goleada por 5 a 0 para o Corinthians antes de emplacar uma sequência de sete jogos de invencibilidade. É válido, então, se preocupar com a atuação, mas não duvidar do trabalho de Marcão, que naturalmente, como qualquer outro, requer tempo.
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Análise: Fluminense deve comemorar triunfo sobre Bahia, mas se preocupar com atuação - globoesporte.com
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