Jutuek: Gols, visão de jogo e personalidade: os primeiros passos de Miguelito no sub-20 do Santos

Um boliviano de 18 anos começa a despontar como uma promessa da base do Santos. Miguel Terceros, o Miguelito, firmou o primeiro contrato profissional com o Peixe este ano e teve a chance de atuar após a abertura da janela de transferência, que possibilitou a regularização do atleta – o vínculo vai até abril de 2027 .

O jovem já fez três partidas com a equipe sub-20 do Santos: contra Corinthians e Athletico, pelo Brasileirão da categoria, e contra a Ferroviária, pelo Campeonato Paulista.

Veja os gols de Miguelito em Santos x Athletico pelo Brasileiro Sub-20

O ge acompanhou os passos de Miguelito contra o Athletico, neste sábado, no CT Rei Pelé. Apesar da derrota santista por 3 a 2, o boliviano foi um dos destaques do Peixe. Fez os dois gols do time.

Miguelito durante jogo entre Santos e Athletico-PR — Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC

As primeiras impressões

Utilizando a camisa 11, o jovem foi escalado pelo técnico Orlando Ribeiro para atuar pelo lado direito do ataque. Durante quase todo o primeiro tempo, esteve naquela faixa do campo.

Diferentemente de jogadores que despontaram na base santista, como Neymar, Rodrygo e mais recentemente Ângelo, Miguelito não tem o drible como maior diferencial. Ele é um jogador de domínio da bola, que os adversários têm dificuldade para desarmar.

Até por isso, o Athletico realizou um revezamento na marcação ao camisa 11, com combate sempre individualizado, para evitar dar espaço para o atleta santista.

Durante parte do primeiro tempo, o boliviano procurou trabalhar a bola principalmente com o lateral-direito Cadu e o meia Matheus Nunes. O trio alternava entre passes rápidos, bolas enfiadas e infiltrações para conseguir criar perigo. Quando teve a chance de receber a bola de frente para o marcador, Miguelito apostou na velocidade e na força para ganhar as jogadas e arriscar cruzamentos na linha de fundo.

Miguelito comemora gol com Deivid durante jogo entre Santos e Athletico-PR — Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC

Em alguns desses lances criados pelo camisa 11, a bola chegou em chance clara de gol, mas a falta de pontaria dos santistas e o bom jogo do goleiro do Furacão evitaram que a bola entrasse.

Miguelito se mostrou como um facilitador de jogadas e um jogador que gosta de entrar na área. Após uma movimentação tática, passou a jogar na faixa central do ataque, próximo de Ivonei e Deivid. Por ali, conseguiu deixar companheiros de frente para o gol e teve a oportunidade de balançar a rede, mas o goleiro acabou evitando.

Apesar de gostar de entrar na área, Miguelito não costuma aparecer para fazer cruzamentos. Ele procura um melhor posicionamento para a segunda bola, um rebote que venha nos seus pés para a criação de uma nova jogada ou a possibilidade de finalização.

No segundo tempo, o boliviano voltou a ficar mais preso ao lado direito, mas sempre pisando na área e aparecendo para os companheiros. Em um desses momentos, uniu velocidade e habilidade para marcar o primeiro gol. Ele acreditou na jogada após Cadu perder uma dividida. Com o domínio da bola, avançou para cima dos adversários e encontrou espaço para finalizar. Ainda contou com a sorte: o chute desviou no marcador e enganou o goleiro adversário.

Miguelito durante jogo entre Santos e Athletico-PR — Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC

O jovem boliviano demonstrou personalidade. Em diversas vezes, buscou receber a bola e repetir a jogada do gol, sendo vertical, rápido, partindo em direção à meta do Athletico. Porém, a forte marcação deu pouco espaço para uma melhor finalização.

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Mesmo assim, surgiu o segundo gol. Após Deivid ser derrubado dentro da área, o camisa 11 prontamente pediu a bola e assumiu a responsabilidade para a cobrança, na qual ele deslocou o goleiro para diminuir a desvantagem no placar.

Obviamente, é preciso calma. Miguelito ainda não é um jogador pronto para subir para o time principal. Mas demonstrou que possui características que, hoje, faltam à equipe comandada por Lisca, como a visão de jogo e a capacidade de facilitar o jogo e criar oportunidades – além de ser um jogador que gosta de entrar na área e como elemento surpresa para fazer gols.

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