O Brasil igualou nesta sexta-feira o recorde de ouros já faturados em uma única edição de Paralimpíadas. Com um título inédito no goalball masculino vencendo a China e uma conquista de Thiago Paulino, que puxou uma dobradinha no atletismo, o país chegou a 21 medalhas de ouro nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. A marca que tem tudo para ser superada neste sábado, penúltimo dia de disputas no Japão.
Brasil festeja ouro no goalball masculino em Tóquio — Foto: Alê Cabral/ CPB
Além dos dois ouros, o Brasil conquistou uma prata inédita na canoagem com Luis Carlos Cardoso, um bronze na natação com Wendell Belarmino, um bronze no parataekwondo com e Silvana Fernandes e dois bronzes no atletismo, um com João Victor Teixeira e Marco Aurélio Borges. O Brasil foi ultrapassado pela Holanda e caiu para o sétimo lugar no quadro de medalhas, mas se manteve no páreo pelo inédito sexto posto.
Thiago Paulino é ouro no arremesso de peso nas Paralimpíadas — Foto: Carmen Mandato/Getty Images
O dia ainda teve uma derrota do Brasil diante dos Estados Unidos na semifinal do vôlei sentado feminino. O goalball feminino brasileiro perdeu a disputa pelo bronze com o Japão e não conseguiu o pódio inédito. Mas teve também brasileiro se classificando para a semifinal no parabadminton e o anúncio do porta-bandeira do país na cerimônia de encerramento dos Jogos: Daniel Dias vai representar o país em seu último ato em Paralimpíadas.
🥇🥅🔵 Ouro inédito no goalball 🥇🥅🔵
Bicampeão mundial, o Brasil celebrou o ouro inédito no goalball masculino. Depois da prata em Londres 2012 e o bronze na Rio 2016, os brasileiros dominaram a China e venceram por 7 a 2 na final desta sexta, com três gols de Leomon, três gols de Parazinho e um de Romário. Alex de Melo, Emerson Silva e José Roberto de Oliveira completaram o time campeão paralímpico em Tóquio, que terminou com quatro vitórias e uma derrota, melhor campanha da competição.
Os gols de China 2 x 7 Brasil na final do Goalball masculino - Paralimpíadas de Tóquio
Entre as mulheres, o Brasil repetiu o resultado da Rio 2016 e acabou na quarta posição. Nesta sexta, as brasileiras perderam a disputa do bronze inédito por 6 a 1 diante do Japão. Victoria fez o único gol brasileiro no jogo.
Os gols de Brasil 1 x 6 Japão na disputa pelo bronze no goalball feminino - Paralimpíadas de Tóquio
🥇🥉 Dobradinha no atletismo 🥇🥉
O Brasil fez uma dobradinha no atletismo. Recordista mundial e atual bicampeão mundial, Thiago Paulino foi ouro no arremesso do peso F57, para atletas que competem em cadeira. Com 15,10m, ele quebrou o recorde paralímpico que já havia sido quebrado pelo brasileiro Marco Aurélio Borges (14,85) e pelo chinês Guoshan Wu (15,00). Marco ficou com o bronze para selar a dobradinha verde-amarela. Os dois atletas chegaram pela primeira vez a um pódio de Paralimpíadas.
É OURO! Thiago Paulino arremessa 15,10m na segunda tentativa e garante a medalha no arremesso de peso F57 - Paralimpíadas de Tóquio
E teve mais uma medalha para o Brasil nas provas de campo do atletismo nesta sexta. João Victor Teixeira, que já havia sido bronze no arremesso do peso F37, foi o terceiro colocado do lançamento do disco F37. Atual campeão mundial da prova para paralisados cerebrais.
João Victor Teixeira recebe a medalha de bronze no lançamento de disco masculino F37 - Paralimpíadas de Tóquio
🥈🛶 Prata inédita na canoagem 🥈🛶
O Brasil subiu no pódio no primeiro dia de finais da canoagem. Luis Carlos Cardoso só ficou atrás do húngaro Peter Kiss, atual campeão mundial, e ficou com a prata no caiaque 200m KL1, para canoístas que só usam o braço na remada. Já é o melhor resultado da história da canoagem brasileira em Paralimpíadas. Na Rio 2016, a única medalha havia sido um bronze de Caio Ribeiro, que acabou na quinta posição do caiaque 200m KL3, para canoístas que usam braços, tronco e pernas na remada.
"Chegou a minha vez"; Luis Carlos Cardoso fala da prata no Caiaque 200m masculino KL1 - Paralimpíadas de Tóquio
🥉🏊 Bronze para fechar a natação com recorde 🥉🏊
No último dia da natação, Wendell Belarmino conquistou o bronze nos 100m borboleta S11, para nadadores cegos. Ele cresceu no fim para superar o holandês Rogier Dorsman e ficar atrás apenas dos japoneses Keiichi Kimura e Uchu Tomita. Foi a terceira medalha do nadador de 23 anos em Tóquio - também foi ouro nos 50m livre S11 e prata no revezamento 4x100m livre misto para deficientes visuais. Com o resultado de Wendell, o Brasil fechou a natação com recorde de pódios. Superando as 19 medalhas da Rio 2016, em Tóquio foram 23 no total: oito de ouro, cinco de prata e dez de bronze.
Wendell Pereira é bronze nos 100m borboleta masculino S11 - Paralimpíadas de Tóquio
🏊 O porta-bandeira do Brasil 🏊
Depois de três bronze em Tóquio, Daniel Dias encerrou sua carreira na natação como maior medalhista paralímpico do Braisl, com 27 conquistas. Foram 14 ouros, sete pratas e seis bronzes em quatro edições dos Jogos Paralímpicos (2008/2012/2016/2020). Nesta sexta, o Comitê Paralímpico Brasileiro anunciou que o nadador vai ser o porta-bandeira do país e representar os atletas brasileiros na cerimônia de encerramento dos Jogos, no domingo.
Daniel Dias será porta-bandeira na cerimônia de encerramento em Tóquio: "Legado não é de medalhas, é de atleta"
🥉🥋 Bronze no parataekwondo 🥉🥋
Depois do ouro de Nathan Torquato na estreia do parataekwondo em Paralimpíadas, o Brasil voltou ao pódio no segundo dia da modalidade. Silvana Fernandes conquistou o bronze na categoria até 58kg da classe K44, para pessoas com deficiências em membros superiores, única classe nos Jogos de Tóquio. Ela venceu a americana Brianna Salinaro nas quartas de final, perdeu para a dinamarquesa Lisa Gjessing na semifinal, mas se recuperou com uma vitória por 26 a 9 sobre a turca Gamze Gurdal na luta pelo bronze.
Silvana Fernandes conquistou o bronze no K44 até 58kg — Foto: Rogério Capela/CPB
🏐 Tropeço no vôlei sentado 🏐
A seleção brasileira feminina de vôlei sentado parou na semifinal diante das americanas, atuais campeãs paralímpicas e vice mundiais. Invictas até esta sexta, as brasileiras foram superadas por 3 sets a 0 diante dos Estados Unidos e vão disputar o bronze com o Canadá para tentar repetir o resultado da Rio 2016.
Melhores momentos de Brasil 0 x 3 EUA pela semifinal do vôlei sentado feminino - Paralimpíadas de Tóquio
🚴 Ciclismo fica no quase 🚴
O Brasil fechou sua participação no ciclismo das Paralimpíadas sem medalhas. Nesta sexta, Lauro Chaman acabou na quarta posição da prova de estrada C4-5, repetindo a posição da prova de contra-relógio em estrada. Atual campeão mundial e bronze na Rio 2016, Lauro era a principal esperança de pódio no ciclismo.
Lauro Chaman pedala para ficar em quarto lugar no ciclismo estrada nas Paralimpíadas de Tóquio — Foto: JB Benavent/CBC
🏸 Brasil na semi do parabadminton 🏸
Vai ter brasileiro no páreo por medalha no parabadminton. Vitor Tavares perdeu para o indiano Krishna Nagar por 2 a 0 - parciais de 21/17 e 21/14 -, mas já havia garantido ao menos a segunda posição do Grupo B da classe SH6, para pessoas com baixa estatura. O paranaense de 22 anos vai encarar na semifinal Man Kai Chu, de Hong Kong.
🔵🔴⚪ Brasil eliminado na bocha 🔵🔴⚪
Depois de três edições de Paralimpíadas subindo no topo do pódio, a bocha brasileira se despediu dos Jogos de Tóquio com apenas dois bronzes nas disputas individuais. Nas provas por equipes, o Brasil foi eliminado na fase de grupos nas três classes. Campeã na Rio 2016, a equipe da BC3 foi eliminada no desempate no último jogo contra o Japão.
Resumo das Paralimpíadas: Brasil tem ouro inédito no goalball e dobradinha no atletismo - globoesporte.com
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