São Paulo, Brasil
O Corinthians completa hoje 111 anos.
E de maneira muito diferente do que seria há três meses.
O time era eliminado pelo maior rival, jogando na sua arena, em Itaquera. Perdia para o Palmeiras por 2 a 0. E já havia sido expelido da Copa Sul-Americana. Em seguida, em junho, também saiu da Copa do Brasil, ao disputar vaga com o Atlético Goianiense.
Duilio Monteiro Alves não tinha feito sequer uma contratação.
A herança maldita do ex-presidente Andrés Sanchez era R$ 1 bilhão em dívidas. Mais de 170 processos, de todos os tipos.
O potencial do elenco era limitadíssimo. A equipe não era respeitada. E lutaria para escapar do rebaixamento, no Brasileiro de 2021.
Foi quando Duilio e o ex-presidente, agora diretor de futebol, se reuniram com lideranças que os sustentam nos cargos. E chegaram à conclusão óbvia. Se o time seguisse passando vexames, seria quase impossível manter o poder. As chefias das organizadas já estavam organizando protestos cada vez mais fortes, perigosos.
Sylvinho havia sido sincero sofre a fragilidade do time.
Ele modernizaria a forma de atuar, mas a falta de talento poderia expor o time a derrotas e a uma caminhada tumultuada, imprevisível, no Brasileiro.
O que seria terrível, logo no primeiro ano da administração Duilio.
Vozes que estavam caladas na oposição voltaram a serem ouvidas.
Daí a decisão óbvia de que jogadores importantes teriam de ser contratados.
Antes a firmeza para se livrar do salário de 13 jogadores. Entre eles, Ramiro, Bruno Méndez, Camacho, Otero, Cazares, Jemerson.
Andrés Sanchez havia deixado uma folha salarial de R$ 14,2 milhões. De uma equipe medíocre, que terminou o Brasileiro de 2020, em 12º lugar. Com as dispensas, o Corinthians chegou a pagar 'apenas' R$ 10,2 milhões.
Daí, a decisão de investir.
Mas em atletas que estivessem sem clubes.
E as investidas foram corajosas, firmes. Giuliano foi conquistado, apesar do interesse do Grêmio e do Internacional. Renato Augusto voltou, apesar do namoro do Flamengo. Roger Guedes não quis saber do Atlético Mineiro. E Willian dispensou sondagem do Lyon.
Graças a quatro contratações e pela maneira competitiva, intensa que Sylvinho finalmente conseguiu montar o time, o Corinthians renasceu no Brasileiro. Conquistou pela primeira vez, no sábado passado, a terceira vitória consecutiva.
O futebol segue despertando sentimentos volúveis.
Os mesmos conselheiros e chefes de torcidas que estavam revoltados há três meses, hoje estão entusiasmados.
O clube segue devendo mais de R$ 1 bilhão, mas o clima é de otimismo, de certeza de novos patrocínios, de sedução de investidores.
O clima festivo já começa amanhã, no aniversário de 111 anos.
Sylvinho e a direção sabem que Flamengo, Atlético Mineiro e Palmeiras têm elenco mais fortes. E só. Dos outros clubes, o Corinthians não fica a dever. A situação reverteu de forma intensa internamente também.
Não há mais o menor medo de rebaixamento.
E o objetivo é claro: a Libertadores de 2022.
A partir de novembro, ou antes, se o governador de São Paulo, João Doria, permitir, passar a faturar com público no seu estádio, já que o acordo para o pagamento do estádio foi mudado e uma parcela do arrecadado nas arquibancadas ficará no clube.
De maneira discreta, até os rivais reconhecem.
O Corinthians renasceu.
Mudou seu destino, com a ousadia de dispensar vários atletas medianos.
E investir certo, pesado, em quatro jogadores importantes.
Com futebol para contagiar o time.
Willian, Roger Guedes, Giuliano e Renato Augusto. O Corinthians volta a se respeitar - R7.COM
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