Um antigo comercial de cartão de crédito dizia haver coisas que o dinheiro não pode comprar. O melhor ataque do mundo não é uma delas. O Paris Saint-Germain anunciou na terça-feira Lionel Messi pelas próximas duas temporadas — um novo diamante, como chamou na tentativa de suspense que antecedeu a confirmação da transferência que o mundo inteiro já sabia. Presume-se que as pedras preciosas antigas sejam Neymar e Mbappé. Os três, juntos, custarão por temporada ao clube francês nada menos que R$ 742 milhões.
O craque argentino, que não pôde renovar com o Barcelona, de acordo com a versão de ambas as partes, graças à regra do fair play financeiro do futebol espanhol, que proíbe os clubes de comprometerem mais de 70% de sua receita no ano anterior com folha salarial do exercício seguinte, receberá no Paris Saint-Germain aproximadamente R$ 214 milhões, valores apurados pela imprensa europeia.
Soma-se ao montante os valores recebidos por Neymar e Mbappé, de acordo com o levantamento anual da “Forbes”: o brasileiro ganha R$ 394 milhões por temporada e Mbappé, R$ 134 milhões. Ao fim da temporada, pode-se descobrir que isso também é o quanto se paga em Paris por um título da Liga dos Campeões. Muitos já conquistaram a taça mais cobiçada da Europa pagando bem menos. O milionário PSG, não.
A reunião dos três diamantes marca o encontro da nata de três gerações de atacantes: sete anos de diferença separam Mbappé e Neymar, e outros cinco, o brasileiro do argentino. O trio, dos mais impactantes da história do futebol, pode, porém, ter vida curta. O atacante francês, no último ano de contrato, joga duro com os franceses para renovar seu vínculo. Acredita-se que o Real Madrid seria seu destino na próxima temporada, para o jogador tentar emplacar no Santiago Bernabéu uma história que gire ao seu redor. Ele dividia espaço com Neymar no Parque dos Príncipes. Agora, chega Messi e sua capacidade de fazer com que todos os outros joguem por ele.
Camisa 30
Nesta quarta-feira, às 6h (de Brasília), Messi concederá a primeira entrevista coletiva como jogador do Paris Saint-Germain e mostrará como esse processo de atração é silencioso, discreto como sua própria personalidade.
Desde que as conversas entre o argentino e PSG esquentaram, especulava-se que número ele vestiria. A 10, que Neymar recebeu ao chegar no clube, em 2017, educadamente tomada de Javier Pastore, seria a mais adequada à envergadura do craque, eleito seis vezes o melhor do mundo. Entretanto, Messi não entrou em choque com o amigo brasileiro e vestirá a número 30. O que não deixa de ser simbólico. No que pode ser o último clube da careira antes da aposentadoria, o argentino volta a usar o número que carregou nas costas no começo de carreira no Barcelona, quando as primeiras arrancadas e gols sinalizavam que surgia ali um dos maiores da história.
A essa altura, Messi se transfere para o Paris Saint-Germain para consolidar ainda mais um legado. Sem a pressão de ter de conquistar um título pela seleção argentina após a vitória na Copa América deste ano, vai tentar ampliar seus recordes individuais: é o maior goleador da fase de grupos e das oitavas de final da Champions, é o maior vencedor do prêmio de melhor do mundo. Ele está atrás de Pelé e Cristiano Ronaldo no ranking de maiores artilheiros em partidas oficiais na história. Passar o brasileiro é questão de tempo. A disputa com o português deve se prolongar por mais algum tempo.
Messi se diz ansioso
Na eterna comparação com o atacante da Juventus, Messi tentará no PSG o que Cristiano Ronaldo não conseguiu até agora na Itália. Quando deixou o Real Madrid, o português foi para a Juve prometendo levar o clube ao título europeu novamente. Messi chega ao PSG com o desejo de fazer dos franceses finalmente campeões do continente.
— Estou ansioso para começar novo capítulo da minha carreira em Paris. O clube e a sua visão estão em perfeita harmonia com minhas ambições. Eu sei o quão talentosos os jogadores e a equipe. Estou decidido a construir, ao lado deles, algo grande para o PSG e para os torcedores. Mal posso esperar — disse ao site oficial.
Para isso, a parceria com Neymar será fundamental. Os dois, com Suárez, foram os responsáveis pelo último título da Champions do Barcelona, em 2014/2015. O último deles também.
Trio de diamantes: veja quanto o PSG gastará por temporada apenas com o salário de Messi, Neymar e Mbappé - Jornal O Globo
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