A madrugada foi de prata para o Brasil, com duas derrotas em finais no último dia das Olimpíadas de 2020. Os resultados não impediram o país de terminar os Jogos em 12º lugar, a melhor posição da história, uma acima da alcançada no Rio em 2016. Se viessem mais dois ouros, a delegação brasileira teria ficado em 11º.
Em Tóquio, a delegação brasileira igualou a marca recorde de sete medalhas de ouro – a mesma de cinco anos atrás –, conquistou seis pratas e oito bronzes. O total de 21 pódios em uma só edição é um recorde entre as participações brasileiras em Olimpíadas.
No topo do quadro de medalhas, os Estados Unidos ficaram à frente da China com 39 ouros e 113 medalhas no total, contra 38 de ouro e 88 no total dos asiáticos.
EUA fazem jogaço diante do Brasil no vôlei
No último ato do esporte brasileiro nos Jogos, a seleção feminina de vôlei perdeu por 3 sets a 0 para os Estados Unidos e fechou a participação com a medalha de prata. As rivais não deram chances para as brasileiras e venceram com muita autoridade por 3 sets a 0 (25-21, 25-20 e 25-14). O resultado, aliás, ajudou a delegação norte-americana a terminar à frente da China na classificação geral das Olimpíadas.
O Brasil chegou a cinco medalhas olímpicas no vôlei feminino: dois ouros, uma prata e dois bronzes. Já os EUA, que vinham de dois títulos contra o Brasil em finais de Liga das Nações, chegaram ao primeiro título em Jogos Olímpicos.
"A nossa preparação foi a melhor possível. A gente sabia da dificuldade, que elas dariam tudo. Estrategicamente elas conseguiram jogar melhor. Mas estou muito orgulhosa desse grupo. A gente não tinha dúvidas que a gente poderia fazer uma grande partida, mas elas foram melhores. Eu espero que a torcida brasileira tenha se orgulhado da gente"
Fernanda Garay, que confirmou ter feito seu último jogo pela seleção
Prata de Bia encerra boa participação do boxe
Enquanto Brasil e Estados Unidos disputavam o título olímpico do vôlei feminino, a brasileira Beatriz Ferreira, Bia, subiu no ringue para lutar pelo ouro na categoria peso leve (até 60 kg) do boxe. Campeã mundial em 2019, ela não conseguiu repetir o feito nas Olimpíadas.
A vitória da irlandesa Kellie Harrington foi unânime, na avaliação dos jurados. Dois deram o triunfo por 30 a 27 para a lutadora europeia, enquanto três apontaram o placar por 29 a 28, o que determinou a medalha de prata para a brasileira.
O boxe e o skate foram os esportes que mais deram medalhas ao Brasil em Tóquio -- três cada um. No caso do boxe, além da prata de Bia, Hebert Souza conquistou o ouro, e Abner Teixeira ficou com o bronze.
Bia já pensa nas Olimpíadas de Paris, em 2024.
"Saí do Brasil com a meta de voltar com a medalha-mãe de todas. Tentei mudar a cor, não consegui, mas vou continuar trabalhando para que ela mude. O objetivo era o ouro, mas estou muito contente com essa. Agora o trabalho continua, não vou parar aqui não, vou vender caro"
Beatriz Ferreira
A maratona tem um bicampeão
O queniano Eliud Kipchoge confirmou o favoritismo e conquistou o bicampeonato olímpico da maratona, a mais tradicional prova do programa dos Jogos. Atual recordista mundial, ele foi dominante na disputa, tendo percorrido 42,195 quilômetros em 2h08min38. Com o triunfo, ele se tornou o terceiro homem a ganhar a maratona em duas edições seguidas dos Jogos.
Kipchoge foi tão soberano que as atenções no fim da prova se concentraram para a disputa das demais posições no pódio. Quem se deu melhor foi o holandês Abdi Nageeye, medalhista de prata com o tempo de 2h09min58, dois segundos à frente de Bashir Abdi, da Bélgica, o terceiro colocado. O queniano Lawrence Cherono, que vinha na vice-liderança, terminou apenas na quarta posição.
Em função da elevada umidade relativa do ar nesse período do ano em Tóquio, a disputa da maratona foi transferida para Sapporo. Ainda assim, vários atletas sofreram com as condições climáticas e não conseguiram concluir a competição nas Olimpíadas. Foram 30 abandonos, entre eles os brasileiros Daniel do Nascimento e Daniel Chaves.
Nascimento esteve no pelotão principal e chegou a liderar a prova no 15º quilômetro, mas pouco depois da passagem pelo 25º, quando ocupava o terceiro lugar, se sentiu mal e foi ao chão, abandonando a disputa.
O único brasileiro a concluir a maratona foi Paulo Roberto de Paula, que terminou em 69º lugar.
Americanas são recordistas no basquete
A final do basquete feminino foi peculiar. Em teoria, a final é o jogo que reúne duas das melhores seleções do planeta, capazes de medir forças com algum equilíbrio. Na prática, a seleção do Japão, que alcançou a decisão com uma campanha épica e surpreendente, não conseguiu competir. Os Estados Unidos venceram por 90 a 75 e levaram a medalha de ouro sem precisar de muito esforço.
A diferença técnica e física entre as equipes é brutal. O contraste em quadra indicou cedo quem seria a campeã. A seleção feminina norte-americana, um verdadeiro Dream Team, acumula uma invencibilidade de 55 jogos em Olimpíadas -- não perde desde Barcelona 1992.
Os Estados Unidos entraram em um ritmo mais de exibição do que de competição pesada. A descontração teve a "ajuda" do selecionado japonês, que, sem inconformismo, também parecia querer desfrutar do momento. Assim, um clima leve, amistoso, tomou conta do desenrolar da final, e as câmeras, aos poucos, mudaram de foco e mostraram menos a bola e mais a dupla de imortais do basquete: Sue Bird e Diana Taurasi. Com 39 e 40 anos respectivamente, Bird e Taurasi conseguiram, juntas, o pentacampeonato olímpico. Nunca o basquete teve algum (a) atleta com essa marca.
COB ataca CBF em razão de uniformes no pódio
Fora das quadras e estádios, a temperatura esquentou por causa do pódio do futebol masculino no sábado (7). O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) afirmou, em nota divulgada no início da madrugada, que “repudia a atitude da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e dos jogadores da seleção de futebol durante a cerimônia de premiação do torneio masculino”.
Os atletas brasileiros não usaram completamente o uniforme do COB utilizado por toda a delegação brasileira nas Olimpíadas. A seleção foi ao pódio com os agasalhos amarrados na cintura, por questão comercial. Isso porque a marca dos uniformes olímpicos -- a chinesa Peak -- difere da empresa que patrocina a seleção de futebol -- a norte-americana Nike.
Até o momento, apenas o time de futebol não usou o agasalho completo do patrocinador do COB no pódio.
Técnica alemã é expulsa por agredir cavalo
E as Olimpíadas não terminaram sem uma dura decisão fora das decisões por medalha. A técnica de pentatlo moderno da Alemanha, Kim Raisner, foi desclassificada dos Jogos por bater em um cavalo durante uma prova. O incidente ocorreu enquanto ela tentava ajudar a pentatleta alemã Annika Schleu na sexta-feira (6), antes da rodada de saltos da competição.
Ela foi vista acertando o cavalo uma vez acima da perna de trás, e a agressão foi rapidamente divulgada nas redes sociais, o que gerou um debate sobre o bem-estar dos animais que participam do pentatlo moderno.
Olimpíadas 2020 dia #19: Brasil fecha com pratas e a melhor posição da história - CNN Brasil
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