Atraso em nova regra de Fair Play financeiro na França ajuda PSG na negociação com Messi - globoesporte.com

O PSG vai anunciar oficialmente nas próximas horas a contratação de Lionel Messi. O pai e agente do ex-craque do Barcelona, Jorge Messi, confirmou o acerto inclusive. Acerto esse que se deu muito graças a um atraso de uma nova regra de Fair Play financeiro no futebol francês de acordo com jornal francês “L’Equipe”.

• Messi chega a Paris para fazer exames e assinar contrato com o PSG
• Tudo sobre a chegada de Messi ao PSG; acompanhe

Na Espanha, em resposta à pandemia, a La Liga decretou que nenhuma folha de pagamento de um clube poderia exceder 70% de seu faturamento. No entanto, mesmo sem Messi no clube, a folha de pagamento do Barcelona seria de 95% da receita. Por conta disso, o clube catalão não conseguiu renovar com o maior ídolo de sua história.

Enquanto isso, o DNCG, o órgão fiscalizador financeiro do futebol francês, havia planejado implementar a mesma regra dos 70%, mas adiou esses planos por dois anos após a pandemia. Empurrando sua introdução até o início da temporada de 2023/24.

Como publica o “L'Equipe”, a partir da temporada 2019/20, reconhecidamente afetada pelo cancelamento antecipado e consequente perda de receita, a própria massa salarial do PSG representava cerca de 100% da receita total. Os salários de Messi devem chegar a 40 milhões de euros líquidos anuais ao longo de um acordo de duas temporadas, o que curiosamente termina antes da mudança nas regras do FFP da Ligue 1 - embora haja relatos de uma opção para um terceiro ano.

Messi chegou ao aeroporto de Barcelona na manhã desta terça — Foto: Reuters

Um aumento considerável que, como está, faz com que o cumprimento da meta de 70% pareça um tanto para o PSG. Embora o clube esteja esperando a chegada de Messi para abrir novos mercados e fontes de receita que podem mitigar os efeitos desse aumento acentuado. Fora, claro, o aporte financeiro do fundo de investimentos do Catar que controla o clube.

Além disso, o PSG também terá de cumprir os próprios regulamentos de Fair Play Financeiro da Uefa, que impedem um clube de gastar mais do que ganha durante um determinado período, mas estas regras também foram relaxadas após a pandemia, permitindo ao PSG alguma liberdade para contratar Messi.

Sócios do Barcelona veem isso como injusto e fizeram uma reclamação direta sobre a aplicação do Fair Play Financeiro à Comissão Europeia em uma tentativa de impedir o negócio. No entanto, esse movimento não mudará o rumo da negociação.

As circunstâncias parecem ter favorecido o PSG, mas, a partir do anúncio da contratação de Messi, a atenção do clube provavelmente se voltará para a venda de jogadores e a redução da massa salarial. De acordo com o portal "The Athletic", o clube deverá colocar no mercado dez jogadores (uma espécie de barca). Entre esses nomes, estão o do atacante argentino Mauro Icardi, do meia espanhol Ander Herrera e do meia-atacante alemão Draxler.

De acordo com Romano, Messi fechou um contrato de dois anos com o PSG, tendo a opção de renovar por mais uma temporada, até o meio de 2024. Seu salário rondaria os 35 milhões de euros (R$ 214 milhões) líquidos por temporada, com bônus incluídos - isso o deixaria no nível dos vencimentos do futuro companheiro Neymar no elenco.

Lionel Messi concedeu uma entrevista coletiva no último domingo (assista trecho abaixo) para dar sua versão sobre o processo de despedida do Barcelona, depois de o clube não conseguir criar as condições financeiras para renovar o contrato do craque.

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