Luisa Stefani e Laura Pigossi entram para a história do esporte brasileiro: ‘Estava tudo escrito, só não avisaram a gente’
As brasileiras Luisa Stefani e Laura Pigossi conquistaram o bronze nas duplas do tênis. É a primeira medalha olímpica do tênis nacional.
Foi dentro da própria quadra que elas começaram a receber as primeiras mensagens. O abraço foi de carinho e, duas horas antes, neste mesmo lugar, ele foi de comemoração.
Uma vontade louca de vencer aliada a passos firmes e sincronizados. Ainda bem que a magia do esporte não vive no pragmatismo, mas sim no inesperado. Luisa e Laura só garantiram a classificação para Tóquio depois que outras duplas desistiram de participar, poucos dias antes do início das Olimpíadas.
O jogo deste sábado (31) contra a dupla russa Kudermetova e Vesnina foi um reflexo dessa trajetória. As brasileiras perderam o primeiro set e venceram o segundo. No set de desempate, Luisa e Laura salvaram quatro match points, que dariam o bronze às russas, e fizeram seis pontos seguidos, garantindo uma conquista inédita para o esporte brasileiro. Mas a medalha só vai ser entregue neste domingo (1º), depois da disputa do ouro.
Ao conquistarem a primeira medalha olímpica da história do tênis brasileiro, Luisa e Laura colocaram o nome delas na lista dos grandes tenistas do Brasil. Atletas que fizeram a modalidade crescer no nosso país e que são influência para as duas.
Como Guga, tricampeão de Roland Garros. Fernando Meligeni, até então quem tinha a melhor campanha do tênis brasileiro nas Olimpíadas, um quarto lugar em Atlanta 1996. E, principalmente, Maria Esther Bueno, a maior tenista do Brasil, homenageada na Rio 2016 e entusiasta do tênis até o último dia de vida, em junho de 2018.
“Eu acho que cada um tem o seu papel na história. É tentar lembrar neste momento de não só jogar por mim, mas jogar pelo tênis feminino, jogar por nós, jogar pelo Brasil e levar sempre esse sentimento e essa vontade junto comigo”, comemorou Luisa.
A partir de agora, o tênis brasileiro tem dois novos exemplos: mulheres jovens, sorridentes e fortes também.
Em entrevista ao Jornal Nacional, Luisa Stefani e Laura Pigossi falaram sobre o fato de terem salvado quatro match points.
“A gente simplesmente jogou o que a gente vinha fazendo, o que a gente faz a vida inteira. Sinceramente, eu não pensei em nada. A gente já tinha revertido um jogo, quatro outros match points, e para mim foi simplesmente: ‘Eu já fiz uma vez, posso fazer de novo’. Eu olhava para Lu e sentia o apoio dela, sentia que ela acreditava também. E para mim foi toda a segurança que eu precisava aquele momento, da gente estar juntas e saber que a gente podia conquistar e fazer esse sonho virar realidade”, disse Laura Pigossi.
Repórter: Foi um caminho de muitas surpresas, tudo muito intenso. Vocês souberam da vaga uma semana antes dos Jogos começarem. Era para ser?
Luisa Stefani: Era para ser. Eu acho que estava tudo escrito, só não tinham avisado a gente. Foi uma loucura os últimos cinco dias antes de chegar até aqui.
Laura destacou a importância da conquista: “Sempre que eu lembrar dessa semana, as lembranças são muito fortes. É uma semana em que eu estou vivendo o meu sonho. Não tenho palavras ainda. Eu dormi uma noite, mas ainda estou sem acreditar”, contou.
Luisa Stefani e Laura Pigossi entram para a história do esporte brasileiro: ‘Estava tudo escrito, só não avisaram a gente’ - G1
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